Sessão da Tarde

“Oh! Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!”

O saudosismo do fragmento de “Meus oito anos”, poema de Casimiro de Abreu, imprime bem meus sentimentos em relação à sessão da tarde.Sou cinéfilo, e muitos dos primeiros filmes que assisti nesta vida foram na atração.Sinto-me em divida com este programa, que acrescentou tantos bons momentos a minha feliz infância, vivida nos longínquos anos noventa.Desta época, só não recordo o número de vezes aos quais, comecei a fazer meus deveres de casa mais cedo ou simplesmente deixei os estudos de lado, para ver ou rever filmes como Um Tira no Jardim de Infância, O Mentiroso, Curtindo a Vida Adoidado, Lagoa Azul, O Hospede quer Bananas, Um Príncipe em Nova York, O Máskara, As Namoradas do Papai, Um Dia Especial, Velocidade Máxima(1 ou 2), Power Rangers – O Filme entre tantos outros clássicos (o que inclui qualquer filme com cães, mas não filmes da Xuxa).
Atualmente não assisto à Sessão da Tarde, com nem um terço da freqüência dos tempos de infância.Porém o programa algumas vezes me serve de instrumento de fuga nos momentos em que, durante à tarde, os estudos imperam em um assunto mais complicado.Toda vez acontece a mesma coisa.Ligo o televisor e digo a mim mesmo: “Vou ver apenas a ‘parte um’ do filme e depois volto para os estudos”.Só que isso não acontece, indiferente do fato do filme ser bom ou ruim.A dificuldade torna-se irmã da preguiça e o fator, digamos assim, hipnótico da Sessão da Tarde fazem com que eu não mova minhas nádegas do sofá.Será que sou o único? Espero que não.
Hoje o que mais se vê é gente falando mal da Sessão da Tarde, e tenho que concordar que certos argumentos têm precedência. Sim, eu sei que muitos dos filmes exibidos já passaram algumas milhões de vezes e que os textos proferidos pelo narrador das propagandas da atração são tão enfadonhos quanto manjados, contando com vocábulos como “galerinha” e expressões lingüísticas imbecis como “altas confusões”.Contudo, por seus “serviços” prestados para comunidade, a Sessão da Tarde merece respeito.
Por isso, a partir de agora me comprometo a ajudar a atração a recuperar o prestigio de outrora, através de “Os Clássicos Da Sessão da Tarde”, quadro que em breve fará parte do Furdunço no Semáforo, onde eu, Marcos Costa, relembrarei os grandes filmes da era de ouro do programa.Desde já conto com suas sugestões.

Esta semana ainda devo retornar para falar sobre Anjos e Demônios, continuação de O Código Da Vinci.Até mais ver e obrigado pela atenção.