terça-feira, 16 de junho de 2009

Anjos, Demônios e uma mulher invisível...


Hoje irei discutir acerca de dois filmes que assisti, um no último final de semana e o outro á algumas semanas atrás.São, respectivamente, eles: O brasileiro A Mulher Invisível e o suspense Anjos e Demônios.Como a preferência é sempre do produto nacional, começarei explanando sobre A Mulher Invisível.
Antes de tudo, gostaria de dizer que Selton Mello é o cara.Ator Talentoso que é, mostrou ser um sujeito inteligente ao optar fazer poucos (e bons) trabalhos na tv, e dedicar-se mesmo ao teatro e, principalmente, ao cinema, onde galgou seu espaço e hoje ver o seu nome como um dos mais importantes da sétima arte nacional, ovacionado pela critica e pelo público.Prova disso, tive eu, ao encarar no domingo uma sessão matinal de A Mulher Invisível com a sala de exibição lotada.Claro, que muitas daquelas pessoas só pagaram ingresso porque leram o nome dele no cartaz.
Enfim, a comédia conta a historia de um homem romântico que se relaciona com uma mulher imaginaria, a qual ele passa a idealizar após ver seu casamento ruir em curtíssimo espaço de tempo.Cláudio Torres, diretor do filme, mostra conhecer muito bem os talentos que tem no elenco de seu segundo longa metragem, e faz destes talentos o ponto alto de um filme que nada tem de excepcional em roteiro ou direção.A atuação de Selton Mello dá o tom certo para trama, que apesar de cômica, trás em se doses homeopáticas de melancolia.No papel de Amanda, a mulher invisível do titulo, Luana Piovani imprime credibilidade e humor a seqüências surreais, em que personifica com precisão muitas das fantasias sexuais do universo masculino.A sintonia entre Luana e Selton é visível (com o perdão do trocadilho).
Vladimir Brichta, que em outras ocasiões já havia demonstrado seus dotes cômicos, não faz feio como o melhor amigo do protagonista, porém o maior destaque entre os coadjuvantes de luxo é com certeza Fernanda Torres.Quando aparece, sua personagem, Lúcia, regurgita conselhos amorosos ácidos e diretos em sua irmã Vitória (Maria Manoella), que é apaixonada pelo personagem de Selton Mello, mas não sabe como se aproximar do homem dos seus sonhos.

Agora, mudando bruscamente de assunto, falarei sobre Anjos e Demônios.Continuação de O Código da Vinci, o filme conta mais uma das desventuras de Robert Langdon, simbologista que, como diria o narrador da Sessão da Tarde, sempre se mete em altas confusões envolvendo a Igreja Católica.Desta vez a instituição precisa lidar com o (suposto) retorno dos Illuminati, espécie de seita que, no passado, ao pregar a verdade cientifica foi perseguida e dizimada pela Igreja.Agora como vingança eles desejam destruir um dos principais pilares da religião católica: o estado do Vaticano.Para lidar com a crise, a Igreja pede a ajuda de Robert Langdon.
Como a maioria das continuações, Anjos e Demônios acaba superando seu antecessor.É um longa mais movimentado e conta com uma história melhor adaptada, o roteiro consegue tirar boa parte dos excessos presentes no romance escrito por Dan Brown.No filme, a participação da CERN, lugar onde é produzido a antimatéria, é reduzida ao necessário e, se você leu o material original, também não espere ver Robert Langdon pular sem pára-quedas de um helicóptero (acho que nem MacGyver promoveu tal êxito) ou vislumbrar Vittoria Vetra, cientista italiana que acompanha o simbologista na trama, de short e camiseta branca.
Tom Hanks interpreta mais uma vez Robert Langdon e, ao abandonar o mullet, penteado que já virou piada pronta, surge mais seguro e convincente no papel.A atriz israelense Ayelet Zurer encarna Vittoria Vetra, e forma com Hanks uma dupla um pouco mais simpática que o par de protagonistas de O Código Da Vinci (a Sophie Neveu de Audrey Tautou era uma personagem irritante). Ainda assim, Anjos e Demônios comete o mesmo pecado de seu antecessor: é um filme de suspense sem suspense (cenas, realmente, tensas você não encontrara neste longa).Sem Sir Ian Mckellen ou Paul Bettany para aprontar vilanias, Anjos e Demônios até que tem um vilão bacana, que só não vai mais longe por não ter uma motivação aceitável.Ponto positivo para Ewan Mcgregor e sua cara de “santo do pau oco” ao interpretar o camerlengo.
Bem, concluindo, como deu para notar trata-se de dois filmes completamente diferentes, que só são temas de um mesmo texto porque o interlocutor que vos fala quis matar dois coelhos com uma única cajadada.A Mulher Invisível fala sobre o perigo em que se constitui idealizar demais algo, no caso o amor.Já Anjos e Demônios propõem discutir a milenar queda de braço entre fé e ciência, porém não desenvolve o debate.Em comum, pode se destacar as situações absurdas que suas tramas apresentam, e o fato de nenhum dos dois serem filmes excepcionais.Porém, particularmente, gostei mais de A Mulher Invisível.
Até semana que vem, com o primeiro episódio de “Os Clássicos Da Sessão da Tarde”.

P.S: Sério, ADORO moças que vestem short e camiseta branca, não tenho nada contra.Porém no contexto de Anjos e Demônios, a idéia de uma cientista vestida desta forma torna-se ridícula.

Um comentário:

  1. O mal de adaptações de livros, é que nunca elas são melhores que os livros, e sempre desagradam aos leitores do mesmo. Assim aconteceu comigo quando assisti O código Da Vinci, e provavelmente aconteceria o mesmo com esse filme. Fico com a película brasileira mesmo.

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