terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Reencontrando um velho amigo



Na ultima sexta foi o fim do calendário letivo, ultimo dia de prova.Pela frente dez dias de preocupação à espera dos resultados e da chegada da tão sonhada tranqüilidade, se tudo der certo é claro.Mas enquanto não sabemos se cabeças irão ou não rolar ladeira a baixo, não a nada melhor a se fazer, no meu caso, do que ir para o cinema.Primeiro para assistir ao fim do mundo orquestrado por Roland Emmerich em 2012 e depois para ter vontade de aprender a cozinhar vendo Meryl Streep e Amy Adams atuando no bobinho e simpático Julie & Julia.Nenhum deles me fez ter vontade de escrever uma linha se quer, mas mesmo assim, de qualquer sorte, retorno ao meu posto de sempre as Terças-Feiras aqui no Furdunço no Semáforo para, antes de tudo, esbravejar comigo mesmo, um maldito inútil que só escreve sobre a estréia da semana (é doloroso admitir o fato).Vou trabalhar para largar de ser um filisteu encostado.
Porém deixando de lado o velho clichê do "vou me tornar uma pessoa melhor/menos pior no fim do ano" e partindo para o real motivo ao qual escrevo no dia de hoje, aluguei os dois volumes de Kill Bill para rever-los em seqüência, coisa que eu nunca havia feito anteriormente.Para quem ainda não assistiu ou dificilmente nunca ouviu falar, Kill Bill é uma genial saga de vingança dividida em duas partes, dirigida e escrita por Quentin Tarantino.Depois de acordar de um coma de quatro anos, conseqüência do massacre promovido pelo grupo de assassinos das Víboras Mortais no dia do seu próprio casamento, Beatrix Kiddo, ou melhor, “A Noiva” quer acertar suas contas com os sacanas responsáveis pela barbárie: O-Ren Ishii, Vernita Green, Budd, Elle Driver e, principalmente, Bill, comandante do massacre e antigo mestre desta mulher.”A Noiva” executará uma vingança sangrenta e impiedosa até matar o Bill.
Durante duzentos e quarenta e sete minutos foi como reencontrar um velho amigo que há muito tempo não via.Começando pelo Volume um: Bill estourando os miolos d’ “A Noiva”; Os créditos iniciais ao som de Bang Bang(My baby shot me down); Daryl Hannah usando um tapa olho; Uma Thurman de espada Hanzo em punho matando e mutilando um por um dos oitenta e oito loucos (“Quem teve a sorte de manter sua vida leve-a embora consigo! Mas deixe os membros que perderam. Eles agora me pertencem”. Esbraveja a mulher ao fim da peleja); E a distante lembrança da euforia e perplexidade de um guri de dez anos (eu) que nunca tinha visto tanto sangue e coisas legais em um longa metragem até um DVD de Kill Bill volume um cruzar seu caminho.Créditos Finais, dois nomes a menos no Death list five da personagem de Uma Thurman.Volume dois: “A Noiva” é interada viva; O pandego Pai Mei e seu rígido treinamento é revelado; A insana luta entre Elle Driver e nossa protagonista ocorre; E finalmente o acerto de contas entre Bill e “A Noiva”, que não se desenha em um clímax sangrento ,mais sim em uma discussão de relação onde duas pessoas de naturezas violentas expõem a raiva, os ressentimentos e o amor que nutrem um pelo outro.O inevitável e já conhecido fim corroam minha experiência ao som de Malaguena Salerosa.
O primeiro volume tem uma forte veia oriental, é onde se concentra a ação, a pancadaria e as espadas samurais (a origem de O-Ren é cotada a partir de uma típica animação japonesa).O segundo é o centro nervoso da saga, tem os dois pés no ocidente e lembra em muitos momentos um filme de faroeste.Porém independente de onde esteja, seja no oriente ou no ocidente, personagens incríveis tomam forma na tela e desfilam diálogos que só poderiam mesmo ter saído da cabeça de Quentin Tarantino, os mais memoráveis estão sem duvida no volume dois quando o simpático Budd pergunta para a desleal Elle Driver qual ‘A’ ela sente ao saber que sua grande rival esta morta, Arrependimento ou Alivio e, especialmente quando Bill desfila sua teoria do Super-Homem/Clark Kent (“Clark Kent é uma critica do Super-Homem a humanidade”, diz Bill em seu momento nerd) para explicar a natureza da mulher que ele ama e quer mata-lo.Aliás, é incrível como Uma Thurmam impunha a arma com propriedade sem nunca deixa de ser feminina, o que é difícil de se ver em um filme de ação.Em suma, antes que eu me estenda ainda mais, espero que quem ainda não viu Kill Bill, um dia possa ter a chance de ver, pois, ação, humor, visual único, trilha sonora marcante e diálogos Tarantinescos são os ingredientes desta grande historia de vingança (ou seria de amor?) que particularmente pretendo rever muitas outras vezes.

4 comentários:

  1. Cara, eu acho KILL BILL um clássico!!! Tarantino é mesmo um gênio do cinema moderno!!!
    Eu tenho um blog sobre cultura pop, se quiser retribuir e seguir:
    http://rodzonline.blogspot.com/

    abçs

    Rodrigo

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  2. Como quase todos os filmes do Tarantino genial!

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  3. Como todo Tarantino,tende a virar clássico!

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