segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

De Olho nos principais prêmios – Parte 2


Salve salve.O post de hoje é megalomaníaco.Meu especial sobre o Oscar encontra hoje sua parte final, falando dos diretores e atores (“principais” e coadjuvantes) indicados.Cinco categorias.Inicialmente seriam oito, mas joguei a toalha a respeito de escrever sobre os oito roteiros indicados, pelo simples motivo de não ser possível conciliar a leitura dos roteiros, e em alguns casos dos livros que inspiram pelo menos três destes indicados, com outros livros que devoro por prazer ou necessidade.Como na semana passada, alguns filmes ainda não foram vistos pelo seu interlocutor, o que quer dizer que a postagem de hoje esta incompleta e sofrerá modificações muito em breve, assim como a de semana passada. Não seria honesto com nossa audiência comentar sobre um filme não visto ou simplesmente copiar informações dos filmes em questão de um site de cinema qualquer. Bem, vamos ao trabalho:

+Melhor Direção


James Cameron por Avatar – Visionário é um bom adjetivo para James Cameron.Com o roteiro de Avatar pronto desde 1994, ele precisou esperar a tecnologia avançar absurdamente para que o filme saísse do papel de forma satisfatória.Ou melhor,ele teve que avançar a tecnologia.Avatar é o filme mais caro da história porque toda a tecnologia usada foi desenvolvida e estudada pelos maiores Jedis do CGI da Indústria.Curiosidade:Foi a primeira vez que a Weta (criada por Peter Jackson) e a Light & Magic (criada por George Lucas) trabalharam em parceria.Mas, voltando, Sobre o 3D: James, sumido desde Titanic, não deixou de trabalhar.Em associação com o gênio da direção de fotografia Vince Pace, ambos criaram a câmera que elevaria a terceira dimensão a um novo patamar e daria um adeus definitivo aos óculos de papelão que minha geração conheceu através de Robert Rodrigues e seus pequenos espiões.Em suma, se Cameron não ganhar o Oscar pela ficção científica de maior impacto desde o primeiro Matrix, ganhará pelos serviços prestados a Hollywood.


Kathryn Bigelow por Guerra ao Terror (The Hurt Locker) – Responsável por alguns filmes de ação bacanas na década de oitenta, Kathryn Bigelow perdeu espaço na década seguinte mas retornou aos holofotes com o balaço Guerra ao Terror.Em grande estilo diga-se de passagem.Tornou-se a quarta mulher a ser indicada ao Oscar e chega abalando o favoritismo de seu ex-marido James Cameron, principalmente após a inédita conquista do prêmio do sindicato de diretores dos EUA, que pela primeira vez na vida premiou uma mulher e do estrago causado no BAFTA deste fim de semana.Nada disso é gratuito, seu trabalho em Guerra ao Terror merece atenção : Estilo documental e alguns takes fantásticos em câmera lenta dão o tom de uma obra nervosa com clara mensagem anti-bélica(“A guerra é uma droga”) que coloca o espectador a par do clima de perigo, tensão e paranóia constante do conflito urbano no Iraque.


Quentin Tarantino por Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds) – Sim, estou torcendo por Tarantino.Cresci assistindo os filmes dos diretores mais importantes da década de noventa: David Fincher,Spike Jonze, M. Night Shyamalan e o próprio Quentin Tarantino.É natural, mas deixando de lado o sentimentalismo, Tarantino não é só um diretor que foi indicado por duas vezes a este prêmio.Quentin Tarantino é um cinéfilo com duas indicações ao Oscar de melhor filme para se gabar.Quando perguntam se ele freqüentou a faculdade de cinema, o cara larga um “Não, fui ao cinema”.E não somente, Tarantino viu muito filme na locadora que trabalhou em Manhattan Beach.Alias desde esta época a idéia de conceber um épico de guerra ao estilo de Doze Condenados rondava sua mente. Bastardos Inglórios é seu sexto filme e sua maior obra prima.Todas suas características básicas se mostram aperfeiçoadas na historia de Shosanna, Hans Landa ,Tenente Aldo Raine e seus bastardos e como eles acabaram com a 2ª Guerra Mundial.Diálogos antológicos, personagens memoráveis, violência, humor e uma trilha sonora pontual, assista o mais rápido possível.


Jason Reitman por Amor sem Escalas (Up in the air) – Não é a primeira vez que Jason Reitman apresenta ao publico uma pequena obra prima.Em Obrigado por fumar ele concebeu um memorável e subestimado filme sobre o poder da palavra e do argumento.Depois veio Juno, um retrato humano, racional e despido de clichês a cerda da gravidez na adolescência roteirizado por Diablo Cody.E agora, Amor sem Escalas que lhe rendeu sua segunda indicação ao Oscar de direção.A historia sobre relacionamento em tempos de individualismo começa sínica e com o passar da projeção torna-se melancólica e sentimental na medida certa.Reitman ainda arranca grandes performances de seus três protagonistas(George Clooney, Vera Farmiga e Anna Kendrick), todos concorrendo também a uma estatueta.


Lee Daniels por Preciosa (Precious) – Preciosa poderia, nas mãos de alguém menos habilidoso, tornar-se um melodrama insuportável de se assistir.Porém como este não é o caso de Lee Daniels, sua câmera capta com maestria ambientes decadentes e imagens repugnantes para mostrar a vida complicada de sua protagonista, ao mesmo passo que atribui glamour e elegância aos sonhos de sua protagonista, o que traz certo alivio não só a ela própria como também ao publico que se vê transportado para dentro de toda aquela desgraça.O diretor consegue fazer um cativante filme cheio de grandes atuações e universal, ao qual ele dedica a todas as “Preciosas deste mundo afora”.

+Melhor Ator


Morgan Freeman de Invictus – Morgan Freeman é um atestado ambulante de credibilidade e sempre é citado pelos colegas de trabalho como um exemplo de honestidade, sem contar o talento.Provavelmente estes tenham sido os motivo pelos quais o próprio Nelson Mandela quis o ator e amigo o interpretasse no cinema.E foi pela mão de outro amigo, Clint Eastwood , que Freeman encarnou os trejeitos, fragilidades, o carisma e até o gosto duvidoso na hora de escolher as camisas que veste do ex-presidente da África do Sul.Grande atuação.


George Clooney de Amor Sem Escalas (Up in the air) – uma vez li uma entrevista de David Fincher em que ele falava sobre George Clooney: “Ninguém personifica melhor a figura do astro e ainda assim ele corre mais riscos que muitos por ai”.Dito isso completo escrevendo que George Clooney é muito legal, talentoso e charmoso, tenho de admitir.Se um dia fizerem um filme sobre minha vida quero ele me interpretando.Um cara que atua tão bem quanto dirige tem envergadura suficiente para representar um sujeito como eu.Mas voltando a realidade e falando sério, sua atuação em Amor sem Escalas é de fato uma das mais importantes de sua carreira.Ele é Ryan Bingham é um solteirão convicto, sínico e altamente individualista que tem como maior objetivo na vida alcançar um milhão de milhas como passageiro de uma companhia aérea.Assim como em Conduta de Risco, pelo qual foi indicado em 2008, ou Syriana, em que faturou a estatueta de melhor coadjuvante no mesmo ano que concorreu a melhor direção com Boa noite e Boa sorte, Clooney desaparece de cena levando junto seu Cool Power.


Jeremy Renner de Guerra ao Terror(The Hurt Locker) – Se Jeremy Renner não se saísse tão bem Guerra ao Terror acabaria perdendo boa parte de sua força.O ator encarna William James, sargento especialista em desarmar bombas que apesar de competente por vezes acaba colocando em perigo seus colegas de trabalho por sua conduta pouco inclinada a protocolos.Seu personagem pode até não ter sucumbido aos horrores da guerra, porém é inegável que serve de base para a tese de que assim como uma droga poderosa, a guerra destrói e vicia o ser humano homem.Seu trabalho merece atenção.

Jeff Bridges de Coração Louco (Crazy Heart) – Despontando como favorito, teremos que esperar ate 05 de março, data prevista de estréia do filme no Brasil, para ver-lo como um cantor de musica country problemático em busca de redenção.

Colin Firth por Direito de Amar (A Single Man) – Sua atuação chamou a atenção da critica, porém ainda vai demorar para nós brasileiros vermos Direito de Amar no cinema.

+ Melhor Ator Coadjuvante



Christoph Waltz de Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds) – No melhor estilo “se não ganhar é marmelada” temos Christoph Waltz e seu antológico Caçador de Judeus Coronel Hans Landa de Bastardos Inglórios.Seu vilão nazista é tão histérico quanto perigoso e violento.Se as frases de efeito do filme pertencem ao Tenente Aldo Reine(Brad Pitt) e seus subordinados judeus-americanos, Waltz faz com que o pedido de um copo de leite, um gesto com o dedo indicador ou um simples “espere o creme” (dito em língua francesa) seja memorável.Se tudo der certo, e dará, o homem que já faturou o globo de ouro, BAFTA e o prêmio de melhor ator em Cannnes fará com que Hans Landa renove pelo terceiro ano seguido a hegemonia dos vilões nesta categoria.Para quem não lembra, em 2008 o sanguinário Anton Chigurh (Onde os Fracos não tem Vez) de Javier Bardem levou o prêmio e no Oscar seguinte, o Coringa (Batman – O Cavalheiro das Trevas) de Heath Ledger fez o mesmo.


Matt Damon de Invictus – Em Invictus Damon vive François Pienaar, então capitão do maior time de rúgbi quando Nelson Mandela teve a idéia de fazer do esporte que durante o apartheid era sinônimo de segregação, instrumento fundamental para unir um país.François sem duvida comprou a idéia de Mandela e ajudou a escrever uma das poucas historias do mundo em que política e esporte não estavam unidos para prejudicar alguém, coisa que aconteceu na copa do mundo na Argentina durante a ditadura, ou na conquista do tricampeonato brasileiro usado pelo governo militar como propaganda ou na forma doentia a qual a URSS preparava seus atletas para a vitoria em cima de seus inimigos mortais(USA).Mas realmente falando sobre Matt Damon, seu talento incontestável esta a serviço de uma grande historia, porém o que realmente chama a atenção em sua performance em Invictus é sua transformação física para viver um personagem real.


Stanley Tucci de Um Olhar do Paraíso(The Lovely Bones) – O retorno de Peter Jackson a direção depois de King Kong rendeu um filme cujo espetáculo visual e sensibilidade a qual a historia é contada( e dá para sentir o amor e respeito que Jackson tem por ela) chamam a atenção de quem assiste a Um Olhar do Paraíso.Dentre os bons atores que trabalham neste drama que, particularmente não atendeu a todas minhas expectativas, Stanley Tucci na pele do vizinho e assassino da protagonista Susie Salmon, Sr. Harvey, chama a atenção ao criar um tipo tão intrigante quanto repulsivo.Um homem esquisitão e perigoso que planta rosas e constrói casinhas de boneca com o intuito de ocultar sua verdadeira personalidade de assassino frio de jovens garotas.

Christopher Plummer de The Last Station – Ainda não assisti o filme.

Woody Harrelson de O Mensageiro (The Messenger)– Adivinha? Ainda não assisti a este fime.

+Melhor Atriz


Meryl Streep de Julie e Julia – Diva, Meryl Streep, seu enorme talento e sua gloriosa historia nesta premiação dispensa comentários.Simples assim.Aqui ela aparece descontraída no papel de Julia Child, mulher que ensinou as donas de casa estadunidenses as receitas e macetes da culinária francesa, em um filme que antes de qualquer coisa fala sobre o prazer de comer e como este simples habito pode sim converter sua vida em algo melhor.E eu não estou falando de alimentação saudável ou natureba...


Gabourey Sidibe de Preciosa (Precious) – Estreante em filmes, logo de cara esta talentosa atriz vê seu nome na lista das atuações mais importantes do ultimo ano junto a nomes como os de Meryl Streep e Helen Mirren, ambas proprietárias de estatuetas.No papel da Presiosa do titulo, Gabourey emociona, faz rir quando menos se espera, em fim, nos faz acreditar naquela garota cuja vida difícil e sofrida não a impede de sonhar e ter esperança em dias melhores.Sua capacidade de se expressar através de olhares e expressões faciais muitas das vezes singelas chamam a atenção de todos que assistem este grande filme.

Carey Mulligan de Educação (An Education) – Educação ainda não estreou em minha cidade.

Sandra Bullock de Um Sonho Possível (The Blind Side) – Um Sonho Possível entra em cartaz 26 de fevereiro.


Helen Mirren de The Last Station
– Bem, você já tem uma ideia do que aconteceu…

+Melhor Atriz Coadjuvante



Penélope Cruz de Nine – Ah...Penélope, a musa de Pedro Almodóvar.Indicada anteriormente por Volver e vencedora ano passado por seu trabalho como a desajustada e sexy María Elena de Vicky Cristina Barcelona de Woody Allen, este ano sua atuação neste musical foi lembrada. Aqui ela surge a fogosa amante do Guido Contini de Daniel Day-Lewi, o fictício gênio do cinema italiano em crise criativa.Em determinada cena o telefone de Guido toca.Do outro lado da linha está a fogosa Carla, disposta a ajudar-lo na realização de seu novo filme com muito, muito amor.A pulsação de Contini acelera freneticamente e não é para menos.Se as melhores canções de Nine ficaram nas mãos de Marion Cotillard, Kate Hudson e Fergie(Take it all, Cinema Italiano e Be Italian, em ordem), Penélope é dona do número musical mais ousado e sensual do filme.


Mo’Nique de Preciosa (Precious) – Mo’Nique com sua agressiva performance como a mãe da protagonista de Preciosa chega como grande favorita da categoria.Sua personagem é uma megera amarga que vive os dias de sua vida na frente da Tv, comendo e agredindo verbalmente e fisicamente a própria filha, de quem guarda uma inveja doentia por acreditar que a garota, constantemente estuprada pelo próprio pai, roubou “seu homem”.Protagonizando cenas fortes e de extrema violência, Mo’Nique desperta a indignação e a pena da platéia, que permanece perplexa com as atitudes de sua personagem mesmo depois de as luzes da sala de projeção acenderem.Já contabiliza alguns prêmios por sua performance, entre eles o BAFTA e o Globo de Ouro.


Anna Kendrick de Amor Sem Escalas (Up in the air) – Não conhecia o trabalho de Anna Kendrick até assistir a Amor sem Escalas, e é envergonhado que digo que ao descobrir que Anna era um dos profissionais envolvidos na saga de Crepúsculo, duvidei de seu talento e cheguei a acreditar que ela simplesmente não encontraria espaço junto a Vera Farmiga e George Clooney, com quem divide a cena em grande parte do filme.Certos Pré- julgamentos podem te fazer quebrar a cara.Felizmente quebrei a minha neste caso.Fui surpreendido por uma atuação incrível, um dos pontos altos do filme.

Vera Farmiga de Amor Sem Escalas (Up in the air)

Maggie Gyllenhaal por Coração Louco (Crazy Heart) – Coração Louco estréia dia 05 de março.

Isso é tudo.Até Segunda feira.

P.S: Apesar de não aparentar sua opinião é muito importante.Mande sugestões, criticas e xingamentos para marcos.costa.maia@hotmail.com e verei o que posso fazer por você.Não deixe de comentar nossos textos, só assim saberemos se estamos no caminho certo.

Um comentário:

  1. Nossaa hein,difícil escolher,muito filme bom,atores melhores ainda xD
    Nem posso dar minha "completa" opinião,pois não assisti todos os filmes.

    Obrigada por passar no meu blog,estou seguindo ok?

    Quando quiser passa lá!

    http://sampa-place.blogspot.com/
    http://rotina-tensa.blogspot.com/


    Bj

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